terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Vendedor de Jornais

Todos os dias, bem cedinho, passava por minha casa um jornaleiro muito franzino, aparentando ter mais ou menos dez anos de idade. Quando todos nós ainda estamos dormindo, ele já está nas ruas, gritando o nome de todos os jornais que tem para vender e até chega a cantar, com uma voz muito desafinada, para espantar a preguiça e quebrar a monotonia.

Durante dois anos, esta rotina foi cumprida com seriedade pelo pequeno vendedor de jornais. Quando chovia, o menino continuava seu trabalho, protegido da chuva apenas por velhos plásticos, que quase nada adiantavam. Se fazia sol, ele assobiava contente da vida e gritava mais alto as manchetes do dia.

Um dia, porém, o pequeno jornaleiro não apareceu. Passaram-se dias e todos já estavam sentindo a falta do jornaleiro, quando soubemos, então, que nunca mais ele venderia jornais, pois havia sido assassinado.

O pequeno jornaleiro foi cruelmente assassinado por um senhor de identidade desconhecida, porque o menino passava diante da casa deste senhor gritando o nome dos jornais. E este cidadão queria dormir com o máximo de silêncio, pois chegava em casa a altas horas da noite.

Esse foi o triste fim de um garoto que gostava de viver e que cumpria seu dever com seriedade.

Nota:
Escrevi esta redação (sim, era uma redação) aos 17 anos de idade e, por isso, decidi postar sem qualquer alteração.

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