Quando ainda éramos crianças, nossos pais combinaram com um casal amigo – cada casal tinha quatro filhos – em permutar
os horários para deixar e pegar os filhos no colégio... Os carros sempre iam
cheios, mas essa foi a única forma encontrada para que eles pudessem conciliar o trabalho com o corre corre diário
dos filhos ao colégio, ao balé, à prática de diversos esportes, ao cursinho de inglês, ao conservatório de música,
etc, etc, etc...
Em uma das idas ao
colégio, Dr. A., o amigo do meu pai, levava as duas filhas dele e as três daqui
de casa... Nesse 'aperto' todo, a minha irmã caçula - que era a caçulinha das cinco - foi colocada no meio do banco traseiro, exatamente entre os bancos dianteiros, possuindo uma visão privilegiada de todo o trajeto...
Neste dia, eu não sei como,
ela viu um cachorrinho atravessando a rua e notou que Dr. A. dirigia hiper
concentrado, sem fazer qualquer esboço de que ia desviar do bichinho... Ela, que sempre foi apaixonada
por bichos, ficou
agoniada - termo nordestino que significa ficar aflita - e a única coisa que ela pôde fazer foi imitar a buzina do carro com um belo
e alto “Bi, bi”!!!
Ninguém se aguentou
dentro desse carro... Dr. A. viu o aperreio dela e, depois de rir muito, decidiu apitar para o
cachorrinho sair da frente do carro, enquanto ela suspirava aliviada... :)
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