domingo, 9 de fevereiro de 2014

Mar

Na melancolia de teus olhos
Eu sinto a noite se inclinar
E ouço as cantigas antigas
          Do mar.


Nos frios espaços de teus braços
Eu me perco em carícias de água
E durmo escutando em vão
          O silêncio.


E anseio em teu misterioso seio
Na atonia das ondas redondas.
Náufrago entregue ao fluxo forte
          Da morte.
 


Vinícius de Moraes
Rio de Janeiro, 1946

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